Publicado por Adriana Nogueira
| Data da Publicação 03/10/2025 14:42
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Está previsto para acontecer entre outubro e novembro o primeiro lançamento de um foguete comercial a partir da Base de Alcântara, no Maranhão. A operação será realizada pela empresa sul-coreana Innospace, responsável pelo envio do veículo orbital HANBIT-Nano. A autorização foi concedida pela Agência Espacial Brasileira (AEB) em maio e estabelece a janela de lançamento entre os dias 13 de outubro e 7 de novembro. Trata-se da primeira vez que um foguete com finalidade comercial será lançado de território nacional.
A parceria entre Brasil e Coreia do Sul já tem histórico. Em março de 2023, a Innospace conduziu no Centro de Lançamento de Alcântara um teste experimental bem-sucedido com o HANBIT-TLV, em preparação para operações comerciais que agora começam a se concretizar. A empresa destacou que o próximo lançamento simboliza um passo decisivo para a cooperação internacional e para a expansão de um mercado de transporte espacial mais acessível.
O avanço é resultado direto do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), assinado em 2019 pelo governo brasileiro. O tratado garante a proteção de tecnologias utilizadas em solo nacional, tanto de companhias estrangeiras quanto do próprio Brasil, além de preservar a soberania do país em operações realizadas com parceiros internacionais, como os Estados Unidos. A partir do AST, a AEB lançou edital para atrair empresas privadas, selecionando quatro, entre elas a sul-coreana Innospace.
O foguete escolhido para inaugurar essa nova fase é o HANBIT-Nano, desenvolvido para colocar pequenos satélites em órbita. Com 21,8 metros de comprimento e 1,4 metro de diâmetro, o veículo é capaz de transportar cargas de até 90 quilos a uma altitude aproximada de 500 quilômetros. No primeiro estágio, utiliza motor híbrido de 25 toneladas de empuxo, movido a parafina sólida e oxigênio líquido. O segundo estágio pode ser configurado conforme a missão, com motor híbrido HyPER ou motor líquido LiMER, ambos com cerca de 3 toneladas de empuxo, o que oferece flexibilidade para diferentes cargas e perfis de voo.
O lançamento de Alcântara marca não apenas um avanço tecnológico, mas também um passo estratégico para consolidar a base como polo internacional no setor espacial, aproveitando sua localização privilegiada próxima à linha do Equador e abrindo novas perspectivas para a indústria aeroespacial brasileira.