Publicado por Adriana Nogueira
| Data da Publicação 27/08/2025 16:03
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A Justiça do Maranhão decidiu manter preso preventivamente o prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier (PDT), acusado de matar o policial militar Geidson Thiago da Silva durante uma vaquejada ocorrida em julho deste ano, na cidade de Trizidela do Vale.
A decisão foi proferida pelo juiz Luiz Emílio Braúna Bittencourt Júnior, da 2ª Vara da Comarca de Pedreiras, e divulgada nesta quarta-feira (27). João Vitor está preso desde o dia 15 de julho, quando se entregou à Polícia Civil, em São Luís.
A defesa do prefeito havia pedido a revogação da prisão, alegando que ele é réu primário, possui residência fixa, bons antecedentes e está licenciado do cargo por 120 dias. No entanto, o juiz entendeu que a gravidade do crime, descrita no inquérito policial, justifica a manutenção da prisão. O magistrado também ressaltou que bons antecedentes não afastam os demais fatores que indicam a necessidade da medida cautelar. O Ministério Público do Maranhão também se manifestou contra o pedido de soltura.
A Justiça determinou ainda a exclusão de publicações apresentadas pela defesa por entender que não têm relação direta com o caso e podem violar a dignidade da vítima, com base na Lei Mariana Ferrer (Lei 14.245/2021), que protege vítimas e familiares de violência de ataques difamatórios durante os processos.
A família do policial solicitou a habilitação como assistente de acusação, e o Ministério Público tem cinco dias para se manifestar sobre o pedido.
O crime ocorreu durante uma vaquejada no município de Trizidela do Vale. Segundo a investigação da Polícia Civil, uma discussão começou quando o policial, que estava de folga, pediu para João Vitor diminuir a intensidade dos faróis do carro. Após uma troca de palavras, o prefeito teria sacado uma arma e atirado contra Geidson Thiago pelas costas. O policial foi socorrido, mas morreu no hospital.
Geidson era lotado no 19º Batalhão da Polícia Militar e foi sepultado no dia 8 de julho. O caso teve ampla repercussão no Maranhão.
Inicialmente, João Vitor foi ouvido na delegacia de Presidente Dutra, mas não foi preso em flagrante. Dias depois, teve a prisão preventiva decretada. O inquérito concluiu que ele foi o autor de todos os disparos. A arma usada no crime, um revólver calibre .38, ainda não foi localizada.
O prefeito alegou legítima defesa, afirmando que o policial teria sacado uma arma, mas a Polícia não encontrou provas que sustentem essa versão. Câmeras de segurança mostram João Vitor pegando um objeto em um carro e, em seguida, se dirigindo a um grupo de pessoas, antes de fugir rapidamente.
Ele também afirmou que a arma era um presente de um eleitor e não tinha registro. Nenhuma imagem mostra o descarte da arma no local do crime, como ele havia relatado.
Atualmente, João Vitor está detido em cela individual, com cama e banheiro, segundo informações da Secretaria de Administração Penitenciária do Maranhão (Seap).
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