A Polícia Federal concluiu que o excesso de peso dos veículos foi a causa imediata do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, que ligava os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), em dezembro de 2024. O laudo final, obtido pelo Fantástico, também aponta negligência em reformas e omissão de autoridades responsáveis pela manutenção da estrutura.
A tragédia ocorreu em 22 de dezembro. Dezoito pessoas caíram no rio Tocantins após o colapso da ponte. Apenas uma sobreviveu. Três seguem desaparecidas.
Segundo o relatório da PF, a deformação do vão central foi provocada por sobrecarga de veículos. Além disso, reformas executadas entre 1998 e 2000 substituíram a camada original de concreto por asfalto, o que pode ter comprometido a estabilidade da estrutura, construída originalmente em 1960.
A situação crítica da ponte já era conhecida pelas autoridades. Um laudo técnico do DNIT, publicado em 2020, classificava as condições da ponte como “sofríveis e precárias”, apontando vibrações excessivas e rebaixamento de até 70 centímetros no vão central. Uma tentativa de licitação para obra de recuperação chegou a ser lançada em 2024, mas fracassou. A ponte caiu antes que uma nova concorrência fosse concluída.
“Houve uma omissão por parte de agentes públicos quanto à manutenção da obra. Não posso falar que esse desastre foi um caso fortuito. Ele foi anunciado e plausível”, afirmou o delegado Allan Reis de Almeida, responsável pela investigação.
Após a tragédia, o que restou da ponte foi implodido. A nova estrutura, orçada em R$ 171 milhões, está em construção sob regime de contrato emergencial. A entrega está prevista para dezembro deste ano, com 630 metros de extensão.
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