Empresário acusado de golpes em 300 vítimas no Piauí e Maranhão presta depoimento fora do país

O trader e empresário identificado como Francisco das Chagas Chaves da Silva, suspeito de cometer golpe financeiro em mais de 300 vítimas no Piauí e Maranhão, prestou depoimento à Polícia Civil, de forma online, após ter sido apresentado por seu advogado no último dia 1º de julho de 2025. A Coluna apurou que ele está fora do país e teme por represálias.

Segundo as vítimas, Francisco das Chagas Chaves da Silva oferecia propostas de aplicações financeiras, através da empresa Xtreme Trader LTDA, com lucro de 10% na bolsa de valores, mas no mês de junho ele desapareceu com os investimentos, deixando vários clientes no prejuízo.

Foto: Reprodução/InstagramFrancisco das Chagas Chaves da Silva

Francisco das Chagas Chaves da Silva

Uma das vítimas, uma servidora pública federal, relatou que teve um prejuízo de cerca de R$ 60 mil. Ela contou que era amiga de Francisco das Chagas e que passou a realizar investimentos com ele no ano de 2023, sempre com retorno de 10% das aplicações que fazia por meio da empresa Extreme, criada no ano de 2022. “A empresa dele existe desde 2022 e sempre deu muito certo. Então, não havia motivos para desconfiar até então. A gente entrou no projeto, confiou e acreditou, e assim foram mais clientes também. A gente fazia a transferência para conta da empresa, através de Pix, e ele fazia operações financeiras, investimentos na Bolsa de Valores com o nosso capital, com a garantia de lucro de 10% ao mês. Esses 10%, ele passava para o cliente e o restante era dele”, disse a vítima.

Trader desapareceu do mapa

As vítimas relataram que aos poucos, Francisco das Chagas foi apresentando distanciamento, passando a não estar disponível como de costume, até que sua loja, que funcionava no Shopping Cocais, fechou as portas e ele cessou todo e qualquer tipo de contato com seus clientes.

“No sábado, dia 14 de junho, foi a última vez que a gente conseguiu algum contato com ele, foi a última vez que ele respondeu a gente no WhatsApp e depois sumiu, mas ele foi sumindo aos poucos, desaparecendo. No início, ele era bem ativo no grupo, mas ele foi sumindo, as pessoas começaram a cobrar, ele passou a inventar histórias, de que estava fazendo levantamento do dinheiro, que estava operando e que iria pagar todo mundo em um prazo X, que seria no final desse mês de junho. Porém, ele foi sumindo, as pessoas começaram a cobrar cada vez mais, porque ninguém via ele operando, ninguém via ele levantando esse dinheiro, até que o escritório foi fechado, as coisas de dentro do imóvel foram retiradas. Quanto mais as pessoas cobravam, mais ele sumia. O escritório fechou totalmente há cerca de duas semanas”, explicou.

Estelionato qualificado e associação criminosa

A investigação, conduzida pelo delegado Luciano Alcântara, que foi designado, em caráter especial pela Delegacia Geral da Polícia Civil do Piauí, está apurando a suposta prática dos crimes de estelionato qualificado e associação criminosa, tendo em vista que há outros atores que surgiram dentro da investigação e que podem estar operando em conjunto com Francisco das Chagas Chaves da Silva. Medidas cautelares em desfavor do acusado não estão descartadas.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1